segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

(15)-CRISE DO IMPÉREIO E FORTALECIMENTO DO CRISTIANISMO

A gestão do Império idealizada por Diocleciano - a tetrarquia - ao invés de facilitar a sucessão como pensava, trouxe inúmeras dificuldades, e entre estas, Maxêncio.
Quando Diocleciano e Maximiliano abdicaram no dia primeiro de maio de 305, teve inicio um longo período de usurpações e lutas civis.
No ano seguinte, Constantino I - filho do tetrarca Constâncio Cloro, e Maxêncio - filho do tetrarca Maximiliano, foram elevados ilegitimamente ao poder, porque enquanto o primeiro foi aclamado “Augusto” pelas suas tropas aquarteladas na Grã-Bretanha no dia 25 de julho, o segundo foi nomeado imperador pelos pretorianos e plebeus de Roma logo depois, isto é, no dia 28 de outubro.
Galério o “Augusto”, que reinava sobre as dioceses Ilíricas - Panónia, Mesia e Tracia - acreditou que era uma tarefa simples eliminar Maxêncio, que chamava tirano, e com este fim, em 307 reuniu seu exército e deixou Sirmium, sua capital (Sremska Mitrovica), e se dirigiu para a Itália. Percorrendo a península vindo do Norte em direção ao Sul, chegou ao Lazio, mas foi nessa região que seu exército se rebelou: Galério não havia considerado que muitas de suas legiões, por terem servido sob as ordens de Maximiliano, viam em Maxêncio não um inimigo, mas o filho do seu imperador. Diante da falência da sua expedição, Galério, com as legiões que lhe eram fiéis, apressadamente, começou a fazer o caminho de volta saqueando e destruindo tudo o que encontrava ao longo do seu percurso.
(a respeito desta destruição o escritor cristão Lactáncio - 260-325 - na sua obra “De mortibus persecutorum”, relata: “Galério pediu às suas tropas que durante a retirada cobrissem a maior área possível e nela destruíssem tudo o que encontrassem para não deixar nada: alimento, pessoas ou materiais, em condições de serem utilizados pelas tropas que certamente viriam a persegui-los. Portanto, os territórios que estas legiões percorreram foram totalmente saqueados, as esposas contaminadas, as virgens violadas e os genitores e os maridos torturados para que entregassem filhas, esposas e mantimentos. Não só isso, porque todos os animais que encontravam também eram levados vivos ou mortos. O imperador Galério - genro de Diocleciano - até então ”augusto” para a Itália e o Oriente, sem esquecer que era um dos que instigavam a perseguição aos cristãos, se transformara, de repente, em um cruel inimigo que saqueava, estuprava e matava, como um bárbaro qualquer).
Em 312 o exército de Maxêncio, com aproximadamente 188.000 soldados, estava acampado na região barbarizada por Galério quando resolveu marchar sobre Roma para depor o imperador Constantino I e assumir o poder. Entretanto, não conseguiu seu intento: foi vencido por Constantino I na Batalha da ponte Milvio, em Roma, naquele mesmo ano. Foi desse modo que Constantino I prevaleceu entre os demais pretendentes ao Império. Reconstituiu o poder central, reorganizou eficientemente o exército e, no ano 313, através do “Edito” de Milão, ele e Licinio promulgaram a liberdade religiosa abrindo espaço ao culto cristão.
Com esta sabia decisão deu um basta aos conflitos que diariamente eclodiam entre os muitos romanos que até antes de Heliogábalo se haviam filiado à religião egípcia de Íris e Osíris, e até então os não muitos cristãos que até então estavam fora da lei.
A partir deste evento o poder do Império começou a se entrelaçar com o poder da igreja, e esta passou a receber verbas do Estado. Logo depois os bispos foram equiparados aos altos funcionários do Império e assim se iniciou a enorme e dispendiosa burocracia clerical - formada por bispos, diáconos e padres - que para ser mantida, como veremos, foram colocadas à venda desde indulgências até pedacinhos de madeira afirmando que procediam da cruz que do Gólgota iluminara o mundo.
Nos últimos decênios do IV século os gothas, sediados no império por concessão do imperador do oriente Flávio Valente, venceram o exército romano, penetraram na Tracia e ameaçaram Constantinopla. A paz foi obra do novo imperador do oriente, Teodosio I, que alem disso não só obteve que os gothas se aliassem ao império, mas que fornecessem os soldados que o exército romano necessitava.
Teodosio e Graziano, este último imperador do ocidente, com o Édito de Tessalonica, favoreceram o triunfo do cristianismo sobre o paganismo, fazendo do primeiro a única religião permitida no Império.
“Em 380 o imperador Teodosio, através do Edito de Tessalonica, impôs a todos os súditos do Império a religião católica “segundo ele aquela que o apóstolo Pedro havia transmitido aos romanos”, mas, em verdade, a que o Concílio de Nicéia havia delineado. A partir daquele momento os pagãos, os gnósticos, e entre estes os arianos, foram colocados fora da lei, e o catolicismo se transformou na religião oficial do Império”
Com a morte de Teodosio, em 395, o general Stilicone, a serviço de Roma, não conseguiu impedir a invasão dos gothas e o surgimento do primeiro reino bárbaro na Gália.
Em 410, Alarico, o rei dos visigodos, devastou o Oriente e saqueou Roma, mas os Vândalos - povos germânicos, e os Hunos - povos nômades asiáticos, também o fizeram sem que nenhum imperador conseguisse impedi-los.
Em 476, Odoacro, rei dos hérulos, invadiu a Itália e destronou Rômulo Augústulo. Tornando-se patrício, foi cercado em Ravenna por Teodorico que mandou matá-lo.

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