sábado, 31 de janeiro de 2009

(18)-QUEDA DO IMPÉRIO DO OCIDENTE

Morto Teodosio, único imperador desde a morte de Graziano, foi sucedido pelos filhos Arcádio, no oriente, e Onorio no ocidente, mas, por serem ainda jovens, foram colocados sob os cuidados do general de origens vândalas - Stilicone. Os gothas, até aqueles momentos mantidos calmos com concessões de terras e dinheiro, passaram a serem cada vez mais exigentes até que decidiram invadir a Itália guiados por Alarico. Enfrentados por Stilicone, este, não obstante os ter vencido, com eles pactuou a paz. Outros bárbaros, entretanto, pressionavam na Gália e na Espanha, eram os Suevos, Alamanos e Vândalos.
A classe dirigente, agora sediada na cidade de Ravenna, depois de decretar a morte de Stilicone procurou enfrentar os invasores. Entretanto, Alarico no ano 410 saqueou Roma e seu sucessor, Ataulfo, casou com a irmã de Onorio e fundou na Gália o primeiro reino bárbaro.
Simultaneamente, os Vândalos de Genserico (o que viria a se tornar o primeiro rei Vândalo da África), conquistaram Cartago e tomaram posse da província romana da África. Adepto do Arianismo, uma das tantas religiões cristã que existiam, perseguiu os cristãos tradicionais.
Em 430, conseqüentemente vinte anos depois, o Império do ocidente resumia-se na Itália, partes da Gália, e por poucas terras nos Bálcãs.
O despertar do V século viu os Hunos (um povo asiático guiado pelo feroz Átila), irromper na Europa e saquear muitas cidades orientais. O general romano Ezio, aliando-se aos Visigodos (uma tribo de godos “godos sábios” que surgiu no IV século na região do Danúbio), os enfrentou e venceu nos famosos “Campos Cataláunicos” (planícies entre Chálons-sur-marne e Troyes, no Norte da França), em 451.
Quando Átila no ano seguinte voltou à Itália, devastando a região do Veneto, foi enviado ao seu encontro o papa Leão I com a tarefa de negociar a paz. Este conseguiu que Átila, que já chegara aos muros de Roma, se retirasse. Posteriormente os Hunos, que haviam sido contagiados pela peste, se retiraram e Átila morreu na Panônia em 453.
Cessado este perigo, o Império, cansado, tinha como chefe efetivo o general Ezio, mesmo se o imperador era Valentiniano III descendente de Teodosio. Morto Valentiniano em 455, os vândalos devastaram Roma e roubaram todas as suas riquezas. Depois de um período em que reinaram vários imperadores controlados pelo bárbaro Ricimeiro, o patrício Orestes fez proclamar imperador o filho de Rômulo Augústulo. Poucos meses depois, Augústulo, foi deposto por Odoacro, chefe do exército bárbaro a serviço do Império, que aceitara, a pedido de Zenão o imperador do oriente, governar a Itália. O ano 476 via o fim do império do Ocidente.

O império romano, que poderia ter levado a efeito a fundação de um único Estado na superfície do mundo, em virtude da maravilhosa unidade a quem chegou, mercê do esforço e da proteção do Alto, desapareceu num mar de ruínas, depois das guerras, desvios e circos cheios de feras e gladiadores.
O imenso organismo apodreceu nas chaga que lhe abriram a incúria e a impiedade dos próprios filhos e, quando não foi mais possível o paliativo da misericórdia dos espíritos abnegados e compassivos, dada a galvanização dos excessos e prazeres terrestres, a dor foi chamada a restabelecer o fundamento da verdade nas almas.
Da gloriosa cidade dos imperadores não restam senão pedras sobre pedras. Sob o látego da expiação e do sofrimento, os espíritos culpados trocaram a sua indumentária para a evolução e para o resgate no cenário infinito da vida, e, enquanto muitos deles ainda choram nos padecimentos redentores, gemem sobre as ruínas do Coliseu de Vespasiano os ventos tristes e lamentosos da noite.
O Cristianismo, porém, já não aparecia com aquela mesma humildade de outros tempos. Suas cruzes e cálices deixavam entrever a cooperação do ouro e das pedrarias, mal lembrando a madeira tosca, da época gloriosa das virtudes apostólicas. Seus concílios, como os de Nicéia, Constantinopla, Efeso e Calcedônia, não eram assembléias que imitassem as reuniões plácidas e humildes da Galileia. A união com o Estado era motivo para grandes espetáculos de riqueza e vaidade orgulhosa, em contraposição com os ensinos d´Aquele que não possuía uma pedra para repousar a cabeça dolorida. As autoridades eclesiásticas compreendem que é preciso fanatizar o povo, impondo-lhe suas idéias e suas concepções, e, longe de educarem a alma das massas na sublime lição do Nazareno, entram em acordo com a sua preferência pelas solenidades exteriores, pelo culto fácil do mundo externo, tão a gosto dos antigos romanos poucos inclinados às indagações transcendentes.
Fonte: livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier

GNOSTICISMO E CATOLICISMO

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