segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

(12)-FIM DA REPÚBLICA E DOS TRIUNVIRATOS

Em 60 a.C, depois da morte de Sila, Pompeu, Crasso e Cezar se uniram e dividiram entre si o cargo, o primeiro triunvirato, e se opuseram à oligarquia dos Senadores. Morto Crasso, Cezar e Pompeu se enfrentaram. Cezar entrou em Roma com o seu exército e Pompeu fugiu para Epiro, o ex-reino do rei Pirro.
O choque na Tessália, entre Cezar e Pompeu, se deu em 48 a.C. e Cezar, por ter sido o vencedor, retornou triunfalmente à Itália onde obteve domínio inconteste. Morto nos idos de março pelos republicanos Bruto e Cássio, estes foram perseguidos e vencidos por António e Otavio. Enquanto Bruto se suicidava, estes, convidaram Lépido e constituíram o segundo triunvirato.
Com a vitória de Otavio sobre António, em Azio, sob vários aspectos terminaram as infindáveis intrigas pós republica, e ao inevitável tentame de autoridade do novo governo, correspondeu uma tentativa de restauração moral e religiosa. Esta, objetivava apresentar para a opinião pública uma nova ordem com o objetivo de restabelecer e dar continuidade às velhas tradições romanas.
O jovem Gneu Pompeu, enquanto oficial de Sila, conseguira se colocar em evidencia devido a três feitos: em 77 a.C., afirmara que Marco Emilio Lépido, na Etruria e na Gália Cisalpina, havia tentado abolir a constituição Silana. Isso posteriormente foi confirmado. Em 73 a.C., dominou uma revolta de escravos, na Itália, liderada por Spartaco, quando essa já havia sido enfrentada, sem sucesso, pelo General Marco Licino Crasso, e um ano depois debelou a insurreição dos lusitanos comandada por Quinto Sertorio.
Pompeu e Crasso haviam sido eleitos Cônsules em 70 a.C., e, com a finalidade de diminuir o poder do Senado, restituíram a autoridade aos Tribunos e o controle dos processos aos cavaleiros. Nesta epoca, porem, um outro nome estava emergindo: o orador Marco Túlio Cicere, porque conseguira fazer condenar Verre, o ex-governador da Sicília, por ter praticado muitos desfalques.
Em 67 a.C., Pompeu, no comando de uma potente frota de navios, venceu os piratas que, por terem passado a operar no Mediterrâneo, estavam causando crescentes prejuízos em mercadorias, homens e navios.
Em 66 a.C., Mitridates, rei de Ponto, tentou uma nova ofensiva contra Roma. Pompeu foi enviado ao oriente e, depois do suicídio do Rei, conquistou a região, transformou a Síria e a Judéia em províncias romanas e ainda dominou a Armênia e a Bitinia.
Enquanto em Roma o partido dos Populares apoiava Caio Julio Cezar, um aristocrático simpatizante de Mario, uma outra personagem estava se tornando popular porque prometia ampliar a cidadania, cancelar dividas e distribuir novas terras. Era Lúcio Sérgio Catilina, um seguidor de Sila, que acabou sendo desmascarado e destruído por Cícero em 63 a.C., durante uma seção no Senado - as famosas quatro orações Catilinárias pronunciadas por Cícero, obrigando-o a fugir para a Etruria onde pouco depois foi vencido e morto em uma batalha.
De volta do oriente Pompeu dissolveu o exército e renunciou a instaurar uma ditadura. Contestado pelo Senado a respeito das suas atividades na Ásia, aliou-se a Julio Cezar e Crasso para compor o primeiro Triunvirato.
Cezar, eleito Cônsul em 59 a.C., fez aprovar pelo senado a distribuição de terras aos veteranos de Pompeu, e no ano seguinte, foi nomeado governador da Gália Cisalpina e Narbonensis. Chegado a Gália em 58 a.C., obrigou os helvécios a renunciar a Gália Narbonensis, e ao príncipe germânico Ariovisto, chefe dos suevos, ao protetorado sobre os Éduos - um dos povos da Gália. Como já havia vencido os belgas e os aquitanios - uma região histórica da França - reorganizou a inteira Gália em uma nova província romana.
No convenio de Luca, em de 56 a.C., Cezar obteve o comando da Gália por mais cinco anos, enquanto Pompeu e Crasso foram reeleitos Cônsules.
Em 53 a.C. Crasso morreu na batalha contra os Partos (antigo povo sciita iranizado), que se havia estabelecido no Sul da Hircánia em 250 a.C., construindo no local um reino poderoso que permanecera intocado até 224 d.C., para depois passar a fazer parte do Império dos Sassânidas quando estes venceram o exército romano na Síria.
Morto Crasso, permaneceram Cezar e Pompeu. Cezar se preparava para conquistar a Bretanha quando foi obrigado a voltar à Gália para enfrentar a revolta de Vercingetórige - chefe Gaulês da região dos avernos - proclamado líder da coalização dos povos gauleses contra Julio Cezar. Vencendo-o em 52 a.C., Cezar restabeleceu à paz na inteira Gália.
Enquanto em Roma continuava a luta entre os populares e os conservadores, o Tribuno Publio Clódio, seguidor de Cezar, fez exilar Cícero, que depois foi chamado de volta por Pompeu. Mas quando as dificuldades se transformaram em tumultos, o Senado encarregou Pompeu de restabelecer a ordem. Para exercer esta tarefa se fez eleger Cônsul único em 51 a.C.
Cezar permaneceu na Gália até 49 a.C., quando o Senado lhe enviou um ultimato impondo-lhe que abandonasse a província. Atravessado o rio Rubicão (o rio que separa a Itália da Gália Cisalpina), Cezar decidiu não aceitar a imposição do Senado. Revoltou-se e marchou sobre Roma. La chegando, iniciou a guerra civil. Pompeu e os senadores fugiram para o oriente com o objetivo de se protegerem, enquanto reorganizavam o exército. Concluída a tarefa, prepararam-se para enfrentar Cezar. O choque decisivo como vimos aconteceu na Farsália, cidade da Tessália - Grécia - em 48 a.C. Nesse confronto, enquanto Cezar derrotava as tropas de Pompeu, este fugiu e se refugiou no Egito sob a proteção do rei Ptolomeu XIV. Perseguindo-o, Cezar teve que enfrentar o rei Ptolomeu, e depois de vencê-lo o matou para entregar o trono a Cleópatra, sua irmã, da qual se tornou amante. Cezar, ainda em 47 a C., venceu, perto da cidade de Zela - na África - Fárnaces II, filho de Mitridates e rei do Bósforo Cimeriano, e na Espanha, entre 46 a 45 a.C., esmagou definitivamente a resistência dos seguidores de Pompeu.
De volta a Roma, já sem rivais, se dedicou a inúmeras reformas econômicas e sociais. Cônsul desde 48 a.C., dois anos depois foi nomeado ditador pelo período de dez anos, e no inicio de 44 a.C. ditador vitalício.
Seu imenso poder provocou ciúmes e ressentimentos em alguns figurões do seu próprio partido, os quais, nos ides de março, 15-03-44 a.C., durante uma reunião no Senado, o mataram. Os responsáveis foram os republicanos Bruto e Cássio.
A sucessão de Cezar foi disputada por António, general de Cezar, e Otavio, um jovem adotado por César chamado Gaio Julio Cezar Otaviano.
No inicio, Otaviano procurou enfrentar o rival, mas, percebendo a oposição do Senado, depois de ter sido nomeado Cônsul, aliou-se a ele com outro General chamado Marco Emilio Lépido. Constituiu-se, assim, o segundo Triunvirato, que assumiu o compito de elaborar uma nova constituição. Todos os rivais de Cezar entraram nas listas de proscrição, e as primeiras vitimas foram Cícero, Bruto e Cássio. Em seguida os três triúnviros dividiram o Império: António recebeu a Gália e o Oriente, Lépido a África, e Otaviano, mesmo permanecendo na Itália, a Espanha.
Em seguida ao choque entre Otaviano e os seguidores de António que permaneceram na Itália, foi fechado um novo acordo em Brindisi em 40 a.C., através do qual Antonio renunciava a Gália. Lépido, que havia ajudado Otaviano a tirar de Sexto Pompeu Magno, filho de Gneo, a Sicília, a Sardenha e a Córsega, exigiu para si a Sicília. Otaviano, aborrecido, tirou dele a África e o expulsou do Triunvirato deixando-lhe só o cargo de Pontífice máximo. Otaviano, então, tornou-se o senhor do ocidente enquanto António passava a sê-lo do oriente. Em 37 a.C. António casou-se com Cleópatra, esquecendo o compromisso que havia assumido de casar com Otávia, irmã de Otaviano. Este, aborrecido com e decisão de António (era um defensor dos austeros valores romanos), não somente o chamou a atenção, mas o responsabilizou pelos insucessos contra os Partas. Como Antonio apesar da pressão não voltou atrás, Otaviano induziu o Senado a privar António do seu cargo e declarar guerra ao Egito.
A batalha naval decisiva aconteceu em Accio (promontório da Grécia na entrada do golfo de Ambrácia, hoje golfo de Arta) em 31 a.C. Nesta oportunidade, o general Agripa que já se havia distinguido na guerra contra Sexto Pompeu, no comando das legiões de Roma, obteve uma grande vitória obrigando António e Cleópatra a fugirem de Alexandria. Os dois se mataram alguns meses depois ao saberem que Otaviano e suas tropas estavam chegando. O Egito, então, foi transformado em uma província romana e Otaviano, retornando a Roma em 29 a.C., foi recebido e aclamado como um grande conquistador.

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