segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

(8)-ORGANIZAÇÃO REPUBLICANA

Cassado o ultimo rei, Tarquínio o Soberbo, a monarquia foi substituída por um governo republicano de caráter aristocrático, e naquele período Roma teve que combater contra Porsena, o rei etrusco que tentava restabelecer a monarquia, e contra as populações latinas que se preocupavam com o crescimento de Roma.
Esta conjuntura provocou alterações entre as duas classes sociais, que como vimos eram os patrizi e os plebeus. De fato, mesmo se o poder legislativo, executivo, judiciário e militar, era exercido por magistraturas diferentes, em substância, estavam sempre nas mãos de cidadãos pertencentes à classe dos patrizi, enquanto os plebeus permaneciam exclusos. Este estado de coisas provocou uma revolta que em seguida se transformou em lutas internas que se prolongaram por vários anos, até que os plebeus obtiveram algumas concessões: o acesso ao cargo de cônsul, a tribuna, a geração de leis escritas e o cancelamento da proibição de casamentos entre as duas classes.
Neste mesmo período, o exército romano depois de rechaçar a invasão dos gauleses, no Norte, preparou-se e obteve novas conquistas na Itália meridional: venceu os Sanniti e ocupou Taranto e a Magna Grécia.
Segundo a tradição, Tarquínio o Soberbo fora cassado pela revolta do nobre Colatino, cuja esposa havia sido ultrajada por Sesto, seu filho. No entanto, as razões eram bem mais profundas: Roma estava crescendo e o rei não conseguia mais fazer frente a todas as suas responsabilidades; seu governo ficara déspota e os patrizi haviam perdido o poder político.
Foi no ano de 510 a.C. que Roma expulsou a dinastia dos Tarquínios, libertando-se, assim, da dominação etrusca. Nascia a republica Consular: eram dois Cônsules que de trinta em trinta dias se alternavam no comando, possuindo, entretanto, o recíproco poder de veto em relação às decisões. Alem disso, estavam também sujeitos ao Senado, com o qual deviam se aconselhar nos casos de maior gravidade. Ao termino do seu mandato, tanto podiam ser confirmados por mais um período, como substituídos. Lucio Giunio Bruto e Lucio Tarquínio Collatino, foram os dois primeiros Cônsules da Republica Romana.
Para os Romanos era uma mudança radical, porque mesmo se os patrizi permaneciam com força política, o poder não estava mais nas mãos de uma única pessoa como havia sido durante a monarquia. Mesmo assim, nem todos apoiavam a mudança, porque Tarquínio o Soberbo, do exílio, continuava utilizando sua riqueza para corromper senadores e amigos influentes para que estes lhes preparassem o retorno. A esse movimento logo adeririam até os filhos do cônsul Lucio Giunio Bruto: Tibério e Tito.
Tempo depois, devido à delação de um servo chamado Vindicio, documentos que comprovavam que os filhos de Lucio Giunio Bruto, Tibério e Tito, estavam entre os que lideravam a revolta, foram entregues ao seu Pai. Este, ao tomar ciência do fato, submeteu o caso ao Senado, entretanto, a decisão foi unânime: para preservar a Republica, e Roma, coube a ele ordenar a morte de todos os lideres da rebelião, e entre eles, seus próprios filhos. Apuradas as demais responsabilidades, até o Cônsul Lucio Tarquínio Collatino foi expurgado, acusado de ter sido demasiadamente condescendente com os conspiradores. Foi substituído por Publio Valério que em pouco tempo se tornou tão popular como Bruto.

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