segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

(3)-ETRUSCOS

A civilização etrusca foi o fruto da miscigenação de “estrangeiros” com a pré-existente cultura vilanoviana na região que se estende entre o rio Tevere e o Arno. Essencialmente urbana, organizou-se em cidades estado - Volterra, Fiesole, Arezzo, Cortona, Perugia, Chiusi, Todi, Orvieto, Veios, Tarquina etc. - que, com escopos religiosos e econômicos, formaram uma liga a qual aderiram doze cidades (dodecapolis). Cada uma destas cidades era governada por um rei -chamado lucumoni - e magistrados que eram eleitos entre os membros da casta aristocrática.
Na sua primeira expansão, século VIII –VI a.C., os etruscos começaram a enfrentar os gregos e os cartagineses no controle das rotas marítimas, seja no mar Tirreno como no Adriático, e a estender seu domínio desde a planície paduana até a Campânia, fundando centros como Bolonha, Mantova, Piacenza, Pesaro, Rimini, Ravenna, chegando até Roma, que a tradição afirma que foi governada por reis etruscos entre 616 a 509 a.C.
A autonomia de Roma, conseqüentemente o seu crescimento como potencia, coincide com a decadência etrusca, que se acelerou depois que seu exercito foi destruído em Cuma, 747 a.C., por obra dos gregos de Siracusa. Logo depois perderam a Campânia por obra dos sanniti, enquanto os gauleses invadiam a planície paduana.
A partir da destruição de Veios, que era uma poderosa cidade etrusca que se opunha aos romanos, que havia se consolidado em 395 a.C., Roma se expandiu e tomou posse de toda a Etruria.
A dificuldade de estabelecer com precisão quem eram os etruscos que se fundiram geneticamente com os vilanovianos, reside no fato que estes não deixaram nada por escrito, e a sua língua, que utilizava um alfabeto similar ao grego, decifrada com a ajuda de textos curtíssimos na sua maioria sepulcrais, não ofereceu nenhuma indicação de valia.
Sabe-se que a determinados sacerdotes etruscos, os “ arúspices”, cuja fama permaneceu viva mesmo na idade romana, era confiada a responsabilidade de prever o futuro e compreender a vontade dos deuses analisando as vísceras dos animais que para isso eram sacrificados, especialmente o fígado.
O culto mais importante dos etruscos era o dos mortos, e isso é comprovado pelas numerosas necrópoles e tumbas espalhadas pela Toscana e no Lazio: Convencidos que o defunto conservava, além da sua individualidade, o conjunto de seus restos mortais, conceberam um sepulcro que imitava uma habitação subterrânea que era decorado com camas, mesas, utensílios e pinturas.

Tumba etrusca

A sociedade era formada por “nobres” que descendiam dos primeiros dominadores, e “servos”, que eram os descendentes das populações preexistentes à sua invasão (os Aryas e a sua filosofia de castas). Havia escravos aos quais eram atribuídos os trabalhos mais pesados, e outros semilivres que, por seus méritos, podiam levar uma vida melhor e até se elevar socialmente.
Os “estrangeiros” que invadiram a região que se estende entre os dois rios citados (para melhor entendimento, as terras entre Roma e Firenze que são banhadas pelo Mar Mediterrâneo), de acordo com a história, aportaram bem antes do VIII séc. a.C., ou seja, entre 3.000 a 2.500 a.C. Eram os descendentes dos Aryas, talvez a primeira migração daquela gente que veio a ser conhecida mais tarde como os povos indo-europeus. Mas vindos de onde? A sua língua, fruto da convivência entre os egípcios e os tracios, era originalmente incompleta no sentido literário, e, por serem a frutificação tardia da enxertia divina no Planeta Terra (feita com o aporte dos espíritos de Capela), traziam no imo da sua alma a certeza da não morte. Um legado trazido da sua terra distante, concepção que se manifestou pela primeira vez entre os Nearderthais, e continuou com as raças que os sucederam, passando pelos egípcios e demais civilizações da região, refletindo-se ainda em todos os demais povos que para preservar o corpo dos mortos o mumificavam, ou que desenvolveram os rituais que deram origem a todas as formas de sepultamento hoje conhecido.

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